quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Rainer Maria Rilke

O POETA

Já te despedes de mim, Hora.
Teu golpe de asa é o meu açoite.
Só: que fazer da boca, agora?
Que fazer do dia, da noite?

Sem paz, sem amor, sem tecto,
caminho pela vida afora.
Tudo aquilo em que ponho afecto
fica mais rico e me devora.

Rainer Maria Rilke

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