[MAS QUE MEMÓRIA]
mas que memória
podemos ter
de nós?
e de qual tempo?
deste tempo exterior
em que
depois de criados
e decifrados
os consensuais alfabetos
da exploração
da vida
chegou o projecto Stardust
com material inalterado
desde o início
do sistema solar,
que não nos diz
se então já havia actos de amor
e portanto
não nos diz nada (?)
é preciso emparedar o demente
que propõe que podia haver
o que não há.
e outros
como ele.
acham-se todos
cada vez mais
perdidos
no meio do próprio ruído,
carregando
males
e mails
como se a diferença
entre ambos estes termos
não fosse
apenas o espaço
de uma ou outra letra,
e a ressonância
da voz do homem
que treme fora como a terra dentro.
ALBERTO PIMENTA
Imitação de Ovídio, & ect, Lisboa, 2006.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
alberto pimenta- mas que memória
Publicada por M.A. à(s) 00:44
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentários:
Enviar um comentário