quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A ROSEIRA DO SILÊNCIO

A ROSEIRA DO SILÊNCIO – Durval de Morais


A Santa Tereza de Jesus


Falsas rosas heráldicas da raça,
Rosas do orgulho; rosas assassinas
Do tédio, que meus lábios amordaça
Com os travores de todas as morfinas.

Rosas da tentação, rosas da graça,
Rubras aquelas; estas cristalinas;
Azuis rosas do Amor, de onde esvoaça
O aroma ideal das perfeições divinas;

E vós, rosas fanadas da Saudade:
Todas colhi, na dor e na tristeza
Do turbilhão. Meu desespero vence-o...

E a rosa celestial da Santidade
Dá que eu possa colher, Santa Tereza,
Na Mística roseira do Silêncio.


Maragogipe-Ba, 1882 – Rio de Janeiro, 1948.

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