A luz ferve-me debaixo das pálpebras.
De um rouxinol absorto na cinza, das suas negras entranhas
musicais, surge uma tempestade. Desce o canto às
antigas celas, advirto látegos com vida
e o olhar imóvel das bestas, a sua agulha fria em meu coração.
Tudo é presságio. A luz é medula de sombra: vão morrer
os insectos nos castiçais do amanhecer. Assim
ardem em mim os significados.
Antonio Gamoneda
tradução: Rui Almeida
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Antonio Gamoneda
Publicada por M.A. à(s) 10:35
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