atiro o poema no alvo da tarde.
seta errante, atinge um pássaro em voo solo.
descaem o sol e a ave, desmaiam
os azuis do céu, o tempo é
um vazio e os versos, brancos.
recolho do chão o poema errático,
sem pressa e em silêncio afastamo-nos
do lugar, enquanto desce, sem espantos,
a noite negra com suas estrelas -
sempre indiferentes aos sucessos terrestres.
Walter Cabral de Moura
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