Havia em mim uma vintena de gerações,
Assim pelo menos,
E nessa manhã, vá-se lá saber porquê,
Uma janela deixada aberta talvez,
Alguém se atirou para o vazio.
Então subitamente todos eles
Se puseram a saltar
Uns atrás dos outros,
À bicha, como que fazendo a chamada
Sobre um trampolim,
Segundo o princípio da desintegração dos carneiros.
Em menos de uma hora e meia
Encontrei-me totalmente despido, sem nada,
E de vergonha atirei-me para o vazio também eu,
Devo ter morrido à altura do quarto andar,
Ao décimo, em todo o caso,
A coisa estava consumada.
Tudo isto,
É um mero passante,
Quem vo-lo conta,
Um de entre nós,
Melhor dizendo,
Que terá talvez caído menos mal.
marin sorescu
simetria
tradução colectiva revista, completada e apresentada por egito gonçalves;poetas em mateus;quetzal;1997
Encontrado no blogue http://canaldepoesia.blogspot.com
quinta-feira, 31 de maio de 2012
SUICÍDIO
Publicada por M.A. à(s) 06:13 0 comentários
Etiquetas: marin sorescu
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